Imagem: AP |
Havia um clima diferente antes da luta
principal do UFC 162: “Silva vs Weidman”. O presidente Dana White
surpreendeu ao declarar que o melhor lutador da história do Ultimate
Fighting Championship teria direito à disputa imediata de cinturão se
fosse derrotado por Chris Weidman.
O próprio Anderson Silva chegou
a dizer que já havia completado o seu legado nas artes marciais mistas,
modalidade em que conquistou os cinturões do Cage Rage, Shooto, Pride e
UFC e que não buscava nenhum desafio maior para a carreira – a não ser
uma luta contra o boxeador Roy Jones Jr.
Veio a luta e o público viu um
desafiante focado, que logo no início da luta conseguiu aplicar uma
queda, e a partir dali, começou a punir o campeão com punhos e
cotovelos. A disputa poderia ter sido encerrada no primeiro round com
uma chave de joelho, mas o brasileiro se defendeu bem e conseguiu se
reerguer no octógono.
No minuto final, Silva deu sinais de que
entraria definitivamente na luta e começou chutar com maestria e a
provocar o americano mas o gongo soou e ele só pode dar um beijo no
rosto do All-American antes de se dirigir ao córner para receber
orientações de Rafael Feijão e Ramon Lemos.
No assalto seguinte, o lutador da X-Gym
fez questão de tocar as luvas do adversário e abriu os braços
incitando-o a partir para a luta franca como estratégia de atraí-lo para
a troca de golpes, onde teoricamente era superior devido aos trinta
anos de experiência no Muay Thai e o lastro de treinamento no boxe,
Tae-Kown-Do, etc..
Ao ser acertado por um cruzado de
esquerda, The Spider fez graça ao balançar o corpo como se tivesse
sentido o golpe do oponente. O narrador do UFC sorriu, mas Chris se
manteve focado, perseguindo Anderson que passou a desfilar no octógono
com passadas laterais características do boxe.
Um pisão acertou Weidman e Ramon Lemos
gritou do córner: “pisa!” – mas Anderson preferiu se retorcer e descer
até a altura dos joelhos, mas o aspirante ao título não entrou na
provocação e preferiu buscar, sem sucesso, o clinche. Silva abriu os
braços em sinal de desaprovação e voltou ao centro do cage disposto não
se sabe a quê.
Ao som de “Uh, vai morrer!”, Chris
encaixou um golpe de mão esquerda e Anderson abriu a base, baixou o
corpo e esperou por novos ataques. Weidman soltou a mão direita, a
esquerda seguinte derrubou Silva, que sem base caiu em knockdown, e só
restou ao então desafiante completar a sequência de socos até a
interrupção de Herb Dean.
O gigante caiu agarrado às pernas do
árbitro enquanto o novo campeão celebrava com euforia para surpresa do
público presente à arena e dos fãs que acompanharam o espetáculo em todo
o mundo. Mais de oitocentos mil pay-per-view foram vendidos às
testemunhas da queda de então melhor lutador peso por peso.
Na conferência pós-UFC 162, Anderson
Silva admitiu que a estratégia de trazer o opositor para o seu jogo não
funcionou. Ele chegou a tentar o mesmo plano aplicado contra Stephan
Bonnar em outubro do ano passado, quando ficou de costas na grade
esquivando-se dos ataques, mas Chris Weiman foi impecável e não se
deixou envolver pela teia do ‘aranha’.
Enquanto os analistas apontavam a
deficiência na defesa de quedas do atleta paulista como principal risco
de derrota, ele acabou sendo derrotado em pé e viu a incrível sequência
de dez defesas de título ser interrompida por nocaute, o mesmo resultado
que havia obtido contra onze rivais na organização.
Teoria da Conspiração
Um artigo da Forbes foi mais provocativo
que Anderson Silva. Nele, o jornalista Chris Smith escreveu que uma
derrota do campeão na madrugada de domingo seria uma vitória para o UFC
porque as revanches são incrivelmente populares e mencionou a segunda
luta do Spider contra Chael Sonnen, que vendeu mais de um milhão de ppv.
Smith antecipou a reconquista de título
de Anderson e a terceira e decisiva luta contra o americano, que será –
segundo ele – uma das mais aguardadas da história do MMA, mas apontou a
perda de empolgação que uma super luta entre Silva e Georges Saint
Pierre como principal perda, o que é verdade.
“As vitórias dos azarões são alguns dos
momentos mais excitantes do esporte e a primeira derrota do maior de
todos os tempos do UFC seria destaque nos noticiários, mas mais
importante para o UFC e seus fãs, a derrota de Silva criaria uma
incrível rivalidade a ponto da revanche poder desafiar a maior vendagem
de pay-per-view obtida no UFC 100”, escreveu o xará do novo campeão do
Ultimate.
Direto da redação com informações do Portal Terra.
Comentários