Está programada para a próxima quinta-feira, 20, uma manifestação
contra o aumento das tarifas do transporte público em João Pessoa.
Intitulado “João Pessoa Avante”, os protestos terão início às 16h,
próximo ao horário de pico, com concentração no Liceu Paraibano, de onde
seguirão para o anel interno da Lagoa e a Avenida Epitácio Pessoa. As
convocações estão ocorrendo nas redes sociais e até o fechamento desta
edição, 9.743 pessoas tinham confirmado presença no manifesto.
De
acordo com André Feitosa, um dos organizadores, entre as razões para a
manifestação na Capital destacam-se a qualidade insatisfatória dos
serviços, tais como ônibus lotados, frota insuficiente, e grande tempo
de espera. “A redução nas passagens de ônibus é possível em decorrência
da dispensa provocada pela isenção dos impostos determinada pelo Governo
Federal na semana passada. Por isso, o movimento vem batalhando pela
redução da tarifa”, explicou.
AETC-JP
O
diretor-executivo da AETC-JP, Mário Tourinho, esclarece em coluna
publicada hoje, na página A6, que “a desoneração promovida pelo governo
federal, isentando o transporte coletivo do PIS e do Cofins, não é
suficiente, sozinha, para propiciar a imediata redução tarifária”.
Paraibanos aderem a protestos
As
manifestações que eclodiram em São Paulo e se espalharam pelo Brasil
agora ganham o mundo, com ajuda de paraibanos. Neste domingo (16)
brasileiros em 28 grandes cidades, incluindo paraibanos, começaram a
realizar protestos em apoio aos manifestantes paulistas. Procurando um
foco, os atos em defesa dos direitos civis ainda misturam euforia com
uma difusa indignação. Em João Pessoa o movimento acontece nesta
quinta-feira, com concentração em frente ao Liceu Paraibano.
As
atividades que começaram ontem e que seguirão durante toda a semana,
atingem cidades como Paris, Madrid, Lisboa, Londres, Berlim, Toronto,
Cidade do México, Buenos Aires, Tokyo e Sidney, por exemplo. Sem
precedentes recentes de uma mobilização desse porte e com tamanha
repercussão, os jovens que organizam o evento fazem questão de
caracteriza-lo como sendo apartidário.
Em Dublin, capital da
Irlanda – onde, segundo o Itamaraty, vivem 15 mil brasileiros, o ato
combinado pelas redes sociais foi pacífico e contou com a participação
de cerca de 500 pessoas. A concentração ocorreu ao lado do Spire,
monumento com 200 metros de altura, conhecido por ser o maior monumento
do mundo. Denominado “Brazilian Awakening Dublin”, (algo como ‘Acorda,
Brasil’, em uma livre tradução), o evento chamou a atenção dos moradores
e turistas que passaram pelo local.
Sob os 14°C da primavera
europeia, o casal de estudantes paraibanos, Shirley Luanna e Edson
Genuíno, fez questão de participar da manifestação. “O aumento da
passagem do ônibus é só uma ponta do iceberg. As pessoas estão
revoltadas por serem tão exploradas, por ganharem tão pouco, por como a
polícia reagiu contra a manifestação”, afirma a estudante de 25 anos.
Há
dois meses em Dublin, o pessoense Edson Genuíno diz que sair às ruas
hoje foi a forma de ajudar ao povo brasileiro. “Apesar de eu não estar
no Brasil e de isso ter acontecido em São Paulo, distante de onde eu
moro, é nesse país que eu vivo. Estamos aqui para mostrar para o mundo
que nós também nos incomodamos com o que está acontecendo lá”, declarou.
Para
ser realizada, a manifestação precisou ser aprovada pela polícia
irlandesa. Inicialmente programa para ser uma passeata em direção a
embaixada brasileira, o pedido foi negado pelas autoridades que
determinaram que o evento ficasse restrito ao canteiro central da
principal Avenida da Irlanda e que durasse apenas duas horas.
Foco
Com
caras pintadas, os jovens mostravam cartazes que deixavam explicitas a
vontade de fazer algo pelo país, mas que não escondiam a falta de
coordenação e suas ideias confusas. Havia faixas contra a inflação e
contra a PEC 37 e também queixas sobre os gastos com a Copa do Mundo no
Brasil.
Direto da redação com informações do CORREIO DA PARAÍBA
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