
De
acordo com André Feitosa, um dos organizadores, entre as razões para a
manifestação na Capital destacam-se a qualidade insatisfatória dos
serviços, tais como ônibus lotados, frota insuficiente, e grande tempo
de espera. “A redução nas passagens de ônibus é possível em decorrência
da dispensa provocada pela isenção dos impostos determinada pelo Governo
Federal na semana passada. Por isso, o movimento vem batalhando pela
redução da tarifa”, explicou.
AETC-JP
O
diretor-executivo da AETC-JP, Mário Tourinho, esclarece em coluna
publicada hoje, na página A6, que “a desoneração promovida pelo governo
federal, isentando o transporte coletivo do PIS e do Cofins, não é
suficiente, sozinha, para propiciar a imediata redução tarifária”.
Paraibanos aderem a protestos
As
manifestações que eclodiram em São Paulo e se espalharam pelo Brasil
agora ganham o mundo, com ajuda de paraibanos. Neste domingo (16)
brasileiros em 28 grandes cidades, incluindo paraibanos, começaram a
realizar protestos em apoio aos manifestantes paulistas. Procurando um
foco, os atos em defesa dos direitos civis ainda misturam euforia com
uma difusa indignação. Em João Pessoa o movimento acontece nesta
quinta-feira, com concentração em frente ao Liceu Paraibano.
As
atividades que começaram ontem e que seguirão durante toda a semana,
atingem cidades como Paris, Madrid, Lisboa, Londres, Berlim, Toronto,
Cidade do México, Buenos Aires, Tokyo e Sidney, por exemplo. Sem
precedentes recentes de uma mobilização desse porte e com tamanha
repercussão, os jovens que organizam o evento fazem questão de
caracteriza-lo como sendo apartidário.
Em Dublin, capital da
Irlanda – onde, segundo o Itamaraty, vivem 15 mil brasileiros, o ato
combinado pelas redes sociais foi pacífico e contou com a participação
de cerca de 500 pessoas. A concentração ocorreu ao lado do Spire,
monumento com 200 metros de altura, conhecido por ser o maior monumento
do mundo. Denominado “Brazilian Awakening Dublin”, (algo como ‘Acorda,
Brasil’, em uma livre tradução), o evento chamou a atenção dos moradores
e turistas que passaram pelo local.
Sob os 14°C da primavera
europeia, o casal de estudantes paraibanos, Shirley Luanna e Edson
Genuíno, fez questão de participar da manifestação. “O aumento da
passagem do ônibus é só uma ponta do iceberg. As pessoas estão
revoltadas por serem tão exploradas, por ganharem tão pouco, por como a
polícia reagiu contra a manifestação”, afirma a estudante de 25 anos.
Há
dois meses em Dublin, o pessoense Edson Genuíno diz que sair às ruas
hoje foi a forma de ajudar ao povo brasileiro. “Apesar de eu não estar
no Brasil e de isso ter acontecido em São Paulo, distante de onde eu
moro, é nesse país que eu vivo. Estamos aqui para mostrar para o mundo
que nós também nos incomodamos com o que está acontecendo lá”, declarou.
Para
ser realizada, a manifestação precisou ser aprovada pela polícia
irlandesa. Inicialmente programa para ser uma passeata em direção a
embaixada brasileira, o pedido foi negado pelas autoridades que
determinaram que o evento ficasse restrito ao canteiro central da
principal Avenida da Irlanda e que durasse apenas duas horas.
Foco
Com
caras pintadas, os jovens mostravam cartazes que deixavam explicitas a
vontade de fazer algo pelo país, mas que não escondiam a falta de
coordenação e suas ideias confusas. Havia faixas contra a inflação e
contra a PEC 37 e também queixas sobre os gastos com a Copa do Mundo no
Brasil.
Direto da redação com informações do CORREIO DA PARAÍBA
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